Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisosDas noites que vivi acalentado
Pela graça indizível dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras dos véus da alma...
É um sossego, uma unção, um transbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieta, muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite encontrem sem fatalidade o olhar [ extático da aurora.
quinta-feira, 12 de março de 2009
terça-feira, 10 de fevereiro de 2009
A FOME E O AMOR - AUGUSTO DOS ANJOS
Fome! E, na ânsia voraz que, ávida, aumenta,
Receando outras mandíbulas a esbangem,
Os dentes antropófagos que rangem,
Antes da refeição sanguinolenta!
Amor! E a satiríase sedenta,
Rugindo, enquanto as almas se confrangem,Todas as danações sexuais que abrangem
A apolínica besta famulenta!
Ambos assim, tragando a ambiência vasta,
No desembestamento que os arrasta, Superexcitadíssimos. os dois
Representam. no ardor dos seus assomos
A alegoria do que outrora fomos
E a imagem bronca do que inda hoje sois!
Receando outras mandíbulas a esbangem,
Os dentes antropófagos que rangem,
Antes da refeição sanguinolenta!
Amor! E a satiríase sedenta,
Rugindo, enquanto as almas se confrangem,Todas as danações sexuais que abrangem
A apolínica besta famulenta!
Ambos assim, tragando a ambiência vasta,
No desembestamento que os arrasta, Superexcitadíssimos. os dois
Representam. no ardor dos seus assomos
A alegoria do que outrora fomos
E a imagem bronca do que inda hoje sois!
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
A MEDITAÇÃO SOBRE O TIETÊ - MÁRIO DE ANDRADE
Porque os homens não me escutam! Porque os governantes
Não me escutam? Por que não me escutam
Os plutocratas e todos os que são chefes e são fezes ?
Todos os donos da vida ?Eu lhes daria o impossível e lhes daria o segredo,
Eu lhes dava tudo aquilo que fica pra cá do grito
Metálico dos números, e tudo
O que está além da insinuação cruenta da posse.
E si acaso eles protestassem que não! Que não desejam
A borboleta translúcida da humana vida, porque preferem
O retrato a ólio das inaugurações espontâneas,
Com béstias de operário e de oficial, imediatamente inferior,
E palminhas e mais os sorrisos das máscaras e a profunda comoção,
Pois não! Melhor que isso eu lhes dava uma felicidade deslumbrante
De que eu consegui me despojar porque tudo sacrifiquei.
Sejamos generosíssimos. E enquanto os chefes e as fezes
De mamadeira ficassem na creche de laca e lacinhos,
Ingênuos brincando de felicidade deslumbrante:
Nós iríamos de camisa aberta ao peito,
Descendo verdadeiros ao léu da corrente do rio,
Entrando na terra dos homens ao coro das quatro estações.
Não me escutam? Por que não me escutam
Os plutocratas e todos os que são chefes e são fezes ?
Todos os donos da vida ?Eu lhes daria o impossível e lhes daria o segredo,
Eu lhes dava tudo aquilo que fica pra cá do grito
Metálico dos números, e tudo
O que está além da insinuação cruenta da posse.
E si acaso eles protestassem que não! Que não desejam
A borboleta translúcida da humana vida, porque preferem
O retrato a ólio das inaugurações espontâneas,
Com béstias de operário e de oficial, imediatamente inferior,
E palminhas e mais os sorrisos das máscaras e a profunda comoção,
Pois não! Melhor que isso eu lhes dava uma felicidade deslumbrante
De que eu consegui me despojar porque tudo sacrifiquei.
Sejamos generosíssimos. E enquanto os chefes e as fezes
De mamadeira ficassem na creche de laca e lacinhos,
Ingênuos brincando de felicidade deslumbrante:
Nós iríamos de camisa aberta ao peito,
Descendo verdadeiros ao léu da corrente do rio,
Entrando na terra dos homens ao coro das quatro estações.
domingo, 8 de fevereiro de 2009
GRANDES OBRAS
Olá, pessoal! Recomendo aqui alguns livros que li e adorei e tenho certeza que vocês também adorarão. Ah, não vou resumi-los (como costumam fazer por aí), porque acaba com a "graça" de lê-los. Irei apenas citá-los:
- O Primo Basílio (Eça de Queiróz);
- O Seminarista (Bernardo Guimarães);
- Olhai os Lírios do Campo (Érico Veríssimo);
- Dom Casmurro (Machado de Assis);
- Destino (Mauro Guilherme - obra da Literatura Amapaense);
- Bom-Crioulo (Adolfo Caminha);
- O Quinze (Rachel de Queiróz);
- Os SofrimentoS do Jovem Werther (Goethe);
- Capitães da Areia (Jorge Amado)
Espero ter despertado em vocês a fascinante curiosidade de ler. E, claro depois de ler os livros que indiquei, não parem por aí! Leiam mais e mais!
DEFINITIVO - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
Definitivo, como tudo o que é simples. Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram. Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos,por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos. Por todos os beijos cancelados, pela eternidade. Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar. Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender. Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada. Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar. Por que sofremos tanto por amor? O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável,um tempo feliz. Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um verso: Se iludindo menos e vivendo mais!!! A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento,perdemos também a felicidade. A dor é inevitável. O sofrimento é opcional...
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009
POESIAS TELEFÔNICAS
Eu tenho uma amiga que é uma verdadeira "repentista poética". Ela se chama Juliana Braga. Nome de artista, né? E é exatamente isso que ela é! Basta dizermos uma palavra ou o tema para ela escrever uma linda poesia. Eu, em certa ocasião, precisei de algumas poesias. E juliana, em questões de segundos , criou-as. Estes poemas que apresentarei a seguir foram me passadas por telefone celular:
1.
Se o mundo pudesse dizer
O que o mundo de fato quer ser
Ele diria pra tudo mudar
Pra ele próprio não se acabar.
2.
Olhando pra dentro de mim
Fico parado pensando
Quem é a pessoa que fica
De dentro pra fora me olhando?
3.
O sol que nasce lá fora
É o mesmo que existe no meu peito
Pois aqui o sentimento aflora
Todo dia nasce um sol aqui dentro.
1.
Se o mundo pudesse dizer
O que o mundo de fato quer ser
Ele diria pra tudo mudar
Pra ele próprio não se acabar.
2.
Olhando pra dentro de mim
Fico parado pensando
Quem é a pessoa que fica
De dentro pra fora me olhando?
3.
O sol que nasce lá fora
É o mesmo que existe no meu peito
Pois aqui o sentimento aflora
Todo dia nasce um sol aqui dentro.
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
NEM TUDO É FÁCIL - CECÍLIA MEIRELES
É difícil fazer alguém feliz, assim como é fácil fazer triste. É difícil dizer eu te amo, assim como é fácil não dizer nadaÉ difícil valorizar um amor, assim como é fácil perdê-lo para sempre.É difícil agradecer pelo dia de hoje, assim como é fácil viver mais um dia. É difícil enxergar o que a vida traz de bom, assim como é fácil fechar os olhos e atravessar a rua. É difícil se convencer de que se é feliz, assim como é fácil achar que sempre falta algo. É difícil fazer alguém sorrir, assim como é fácil fazer chorar. É difícil colocar-se no lugar de alguém, assim como é fácil olhar para o próprio umbigo. Se você errou, peça desculpas... É difícil pedir perdão? Mas quem disse que é fácil ser perdoado? Se alguém errou com você, perdoa-o... É difícil perdoar? Mas quem disse que é fácil se arrepender? Se você sente algo, diga... É difícil se abrir? Mas quem disse que é fácil encontrar alguém que queira escutar? Se alguém reclama de você, ouça... É difícil ouvir certas coisas? Mas quem disse que é fácil ouvir você?Se alguém te ama, ame-o...É difícil entregar-se? Mas quem disse que é fácil ser feliz? Nem tudo é fácil na vida...Mas, com certeza, nada é impossível Precisamos acreditar, ter fé e lutar para que não apenas sonhemos, Mas também tornemos todos esses desejos, realidade.
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